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LIÇÃO 01 – PAULO E A IGREJA EM
FILIPOS - 3º TRIMESTRE 2013
(Fp 1.1-11)
INTRODUÇÃO
Neste
terceiro trimestre de 2013 estudaremos sobre Filipenses:
a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja.
Abordaremos nesta primeira lição, informações sobre Filipos - importante cidade
da Macedônia. Veremos também que foi através de Paulo e Silas que o evangelho
adentrou a esta cidade, considerada como o portão de entrada da Europa. Veremos
quais os resultados que estes dois bravos missionários obtiveram ao obedecer a
direção divina e, por fim, trataremos da epístola endereçada aos filipenses e
alguns ensinamentos nela contidos.
I
– INFORMAÇÕES SOBRE A CIDADE DE FILIPOS
1.1
Cidade. Lucas nos mostra à cidade de Filipos como a “...primeira
cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia...” (At
16.12), o que nos deixa claro que era cidade de grande importância política.
Como colônia romana, Filipos tinha autonomia do governo provincial e os mesmos
direitos que tinham as cidades na Itália, incluindo o uso da lei romana,
isenção de alguns impostos e cidadania romana para seus habitantes (At 16.21).
1.2
Nome. Originalmente conhecida como Krenides “As
pequenas fontes” devido ao grande número de fontes que
havia em seus arredores, Filipos “cidade de Filipe” recebeu
o seu nome de Filipe II da Macedônia (o pai de Alexandre Grande) em 360 a.C.
Atraído pelas minas de ouro que havia no local, Filipe conquistou a região no
século IV a.C. No século II a.C., Filipos tornou-se parte da província da
Macedônia.
1.3
Localização. Filipos ficava localizada na parte oriental da Macedônia, em
uma planície a leste do monte Pangeus, entre os rios Estrimon e Nestos. Ficava
perto do Gangites, um riacho de águas turbulentas, cerca de 16km distante do
mar, constituindo o portão de entrada da Europa. Isso posto, apesar de não ser
um porto marítimo, visto que ficava relativamente perto do mar. Lemos acerca de
Paulo e seus companheiros que “...navegamos de Filipos...”
(At 20.6).
II
– COMO O EVANGELHO CHEGOU EM FILIPOS
A
primeira exposição da cidade de Filipos ao evangelho é registrada em (At
16.6-40), quando Paulo, em sua segunda viagem missionária, com Silas e Timóteo
chegaram lá (At 15.40). A princípio a intenção do apóstolo era ir para Ásia, e
depois para Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo (At 16.6,7).
Estando em Trôade, Lucas conta que Paulo teve uma visão, que lhe deu nova rota
para sua tarefa missionária (At 16.9). Após esta visão, o apóstolo concluiu que
Deus o chamava para ali pregar o evangelho (At 16.10-12). Assim nasceu a igreja
cristã no continente europeu.
2.1
Conversões. Após desembarcar no porto da cidade de Neápolis, Paulo
dirigiu-se a Filipos e lá anunciou o evangelho (At 16.12). Como era seu
costume, primeiro procurava fazer isso nas sinagogas que ali tivessem (At 13.14; At 17.1,2; At 17.10-12). No
entanto, Filipos, evidentemente, tinha uma população muito pequena de judeus.
Por não haver homens suficientes para uma sinagoga (era
exigido dez homens judeus que fossem chefes de família),
algumas mulheres devotas se reuniam fora da cidade num lugar de oração, ao
longo do rio Gangites (At 16.3). Paulo pregou o evangelho aquelas mulheres e a
primeira das mais notáveis conversões foi a de uma vendedora de púrpura chamada
Lídia, da cidade de Tiatira (At 16.14). Ela e toda a sua casa receberam o
apóstolo e creram no evangelho por ele pregado. É provável que no seu início, a
igreja de Filipos tenha se reunido em sua casa (At 16.13-15).
2.2
Libertação. Após as primeiras conversões, às oposições satânicas
surgiram na pessoa de uma escrava jovem que possuía um espírito maligno que a
concedia a capacidade de adivinhar (At 16.16). Mas, Paulo não querendo nem
mesmo um testemunho favorável de origem maligna, expulsou o demônio dela e a
jovem foi liberta (At 16.17,18). Isso despertou grande ira por parte dos
senhores que obtinham lucros com às adivinhações daquela escrava jovem. Eles
então arrastaram Paulo e Silas perante os pretores da cidade (At 16.19,20) e
inflamaram o orgulho cívico dos filipenses, alegando que eles eram uma ameaça
para os seus costumes (At 16.20,21). Como consequência, os dois missionários
foram açoitados e presos (At 16.22-24).
2.3
Milagres. Açoitados, colocados no cárcere interior e com os pés presos
no tronco, Paulo e Silas à meia noite, começaram a orar e cantar hinos a Deus
(At 16.25). De repente, aconteceu uma intervenção divina. Os dois pregadores presenciaram
um grande terremoto que abalou os alicerces da prisão, abriu as portas e
desfazendo as algemas dos prisioneiros (At 16.26). O carcereiro que guardava os
prisioneiros tentou se matar, mas Paulo se interpôs dizendo-lhe que não fizesse
nenhum mal a si mesmo, pois todos os prisioneiros ali estavam (At 16.27,28). Em
seguida, lhe pregou o evangelho bem como também a toda a sua casa, e todos
creram, e foram batizados (At 16.32-34).
III
– INFORMAÇÕES SOBRE A CARTA AOS FILIPENSES
3.1
Autoria. A própria epístola reivindica a autoria paulina (Fp 1.1).
Pode-se destacar também algumas evidências internas, que comprovam isso, por
exemplo: (1) as referências aos aprisionamentos de
Paulo concordam com aquilo que sabemos ser verdade, a cerca dos sofrimentos
dele (Fp 1.7); (2) o
apóstolo também se refere à sua anterior pregação na Macedônia (Fp 4.15); e (3)
Bem como ao fato de que os crentes de Filipos lhe tinham
enviado dádivas (Fp 4.10), o que não é um elemento que um forjador tivesse
querido incluir, visto que normalmente era costume de Paulo viver independentemente
das igrejas, quanto ao aspecto financeiro.
3.2
Data e lugar. A questão da data da escrita da carta aos Filipenses não
pode ser separada da questão do local em que ela foi escrita. O ponto de vista
tradicional é que esta epístola, juntamente com as outras cartas da prisão
(Efésios, Colossenses e Filemom), foi redigida durante a primeira prisão de
Paulo em Roma, ou seja, entre os anos 60-63 d.C e enviada por Paulo através de
Epafrodito (Fp 2.25). As referências a “guarda
pretoriana” (Fp 1.13) e aos “santos...
os da casa de César” (Fp 4.22) são fortes evidências
internas de que Paulo a tenha escrito de Roma, onde o imperador morava.
As
semelhanças entre os detalhes sobre a prisão de Paulo dadas em Atos e nas
epístolas da prisão também atestam que ele escreveu quando estava em Roma, por
exemplo: (1) Paulo era guardado por soldados (At
28.16; Fp 1.13,14); (2) era-lhe
permitido receber visitas (At 28.30; Fp 4.18) e (3)
teve a oportunidade de pregar o evangelho (At 28.31; Fp
1.12-14).
IV
– ENSINAMENTOS PRÁTICOS DA CARTA AOS FILIPENSES
Filipenses
se trata de uma carta bastante prática, que contém pouco material histórico
(não há citações do Antigo Testamento), porém, contém uma pequena exposição da
autobiografia espiritual do apóstolo Paulo, o autor (Fp 3.4-7).
Vejamos
ainda alguns assuntos que são abordados nesta preciosa epístola e que
estudaremos neste trimestre: 4.1 Alegria apesar dos
sofrimentos. Esse tema surge de maneira mais pronunciada nesta missiva do
que em qualquer outro dos escritos paulinos. Isso pode nos soar estranho,
considerando as circunstâncias adversas sob as quais esta carta foi escrita,
pois como já vimos Paulo se encontrava aprisionado, e pairavam sobre ele tão
graves ameaças que por certo já pensava num possível martírio (Fp 2.17). Esta
carta ficou conhecida como “Epístola da Alegria” pois
o termo “alegria” no grego chara
ocorre cinco vezes (Fp 1.4,25; 2.2,29; 4.1) enquanto que o
verbo “regozijar-se” chairo
aparece nove vezes (1.18; 2.17,18,28;3.1;4.4,10) e “regozijem-se
com” synchairo duas
vezes (2.17,18). Paulo responde com alegria à proclamação bem sucedida do
evangelho (Fp 1.18) e incentiva os cristãos filipenses a também se alegrarem
(Fp 4.4).
4.2
Imitar o exemplo da humildade de Cristo. Havia ainda a
necessidade de exortar os crentes de Filipos à unidade e a humildade. Isso
levou Paulo a compor sua mais profunda declaração concernente à humanidade de
Cristo; à sua missão humana; à sua humilhação; ao seu triunfo em sua missão
terrena e à sua exaltação aos lugares celestiais, que redundará em sua
supremacia sobre tudo que há na criação (Fp 2.5-11). Os leitores dessa carta
estavam sendo exortados a seguir o modelo de servo na pessoa de Cristo (Fp
2.1-4), o qual o apóstolo procurava também reproduzir (Fp 3.17).
4.3
Viver em comunhão e unidade. Paulo continuamente encorajara os
cristãos de Filipos a terem o mesmo pensamento (Fp 2.2,14; 4.2). Esta atitude
reflete o desejo divino pela unidade do seu povo (Sl 133). Logo, os filipenses
deviam manter a unidade, cuidando de sua salvação com reverência e temor (Fp
2.12). Como a nação de Israel eles também deveriam refletir o caráter de Deus e
anunciar as boas novas da salvação a um mundo ainda afastado do Senhor, no meio
do qual eles deveriam resplandecer como luzeiros (Fp 2.14-16).
4.4
A liberalidade como sacrifício agradável a Deus. O
trecho de (Fp 4.10-20) torna esta carta uma “carta
de agradecimento”. Os crentes de Filipos, em mais de uma
ocasião, em contraste com outras igrejas da época apostólica, haviam enviado
alguma oferta a Paulo, a fim de ajudá-lo em suas situações financeiras tão
precárias (Fp 4.15). Portanto, aqueles crentes haviam dado o exemplo de como a
igreja cristã, em qualquer época, deve interessar-se por suprir ativamente e
com alegria às necessidades daqueles que “vivem
do evangelho” (II Co 11.8; I Tm 5.18). Paulo considerava
a oferta dos crentes filipenses como “cheiro
de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp
4.18), a qual não ficaria sem recompensa (Fp 4.19).
CONCLUSÃO
O
evangelho de Cristo pregado por meio de Paulo ultrapassou as fronteiras e chegou
a Europa. A cidade de Filipos foi impactada pelo poder do evangelho trazendo
conversões, libertação e milagres. Neste lugar, uma igreja fora formada e Paulo
lhe tinha em grande estima. Os conselhos paulinos contidos na epístola aos
filipenses são preciosos ainda hoje para a Igreja, e o principal deles foi
exortar os filipenses a imitar a Cristo como o maior exemplo de humildade.
REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
· ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
· MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo. SBB
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