Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 02 – ESPERANÇA EM MEIO À
ADVERSIDADE - 3º TRIMESTRE 2013
(Fp 1.12-21)
INTRODUÇÃO
Paulo escreveu a epístola aos Filipenses quando estava preso
em Roma. Porém, não lemos nesta carta o apóstolo queixando-se do sofrimento,
nem lamentando a sua prisão. Pelo contrário, ele externa constantemente a sua
alegria, mesmo em meio a adversidade, e também declara que a sua prisão serviu
de benefício para o evangelho. Seu exemplo nos ensina que devemos aproveitar as
oportunidades para pregar o evangelho, mesmo nos momentos mais difíceis da
vida. Nesta lição, veremos a definição de esperança e adversidade; como as
adversidades de Paulo contribuíram para a expansão do evangelho; as motivações
para pregar as boas novas; e a esperança de Paulo em meio a adversidade.
I - DEFINIÇÕES
1.1 Esperança. Aurélio
define esperança como “o ato ou efeito de esperar o que
se deseja”, “expectativa”, “fé em conseguir o que se deseja”. Esperança é uma das virtudes cristãs, através da qual o
crente é motivado a crer no impossível. É a certeza de receber as promessas
feitas por Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida
confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e
significa “expectativa favorável e confiante”
(Rm 8.24,25).
1.2 Adversidade. De
acordo com Aurélio, adversidade é o mesmo que “contrariedade”, “infortúnio”, “aborrecimento”, “infelicidade” ou “revés”. O termo hebraico é “hovah”
que também pode ser traduzido por “ruína” e “desastre” (Sl 10.6;
27.5; 35.15; 90.15; 107.39; Pv 27.10; Ec 7.14). O termo grego é “kakopatheõ” que quer dizer: “sofrimento”, “adversidade” ou “padecer” (2Tm 1.8; 2.9; 4.5; Tg 5.13).
II – AS ADVERSIDADES E A EXPANSÃO DO EVANGELHO
Escrevendo aos filipenses, o apóstolo Paulo diz que as
coisas que lhe aconteceram, contribuíram
para maior proveito do evangelho.
Vejamos, então, alguns bons resultados de sua prisão:
2.1 “...
as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (Fp 1.12). A
expressão “... as coisas que me
aconteceram” dizem respeito a sua prisão em Roma (Fp
1.7,13,14). Conforme a narração de Lucas, a prisão de Paulo lhe permitia uma
certa liberdade. Ele podia receber visitas, pregar o evangelho, ensinar a
Palavra de Deus e também escrever cartas às igrejas, como escreveu as epístolas
de prisão, que são: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon (At 28.30,31).
2.2 “...
as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda guarda pretoriana e por
todos os demais lugares” (Fp
1.13).
A guarda pretoriana, também chamada de guarda imperial, era
composta de um grupo de soldados especiais, uma espécie de “tropa de elite” que
guardavam não só o imperador, mas, também, os prisioneiros romanos. Com
certeza, os soldados daquela guarda puderam ouvir a mensagem do evangelho por
intermédio de Paulo. Quanto a expressão“demais
lugares”, possivelmente, refere-se as pessoas
que, mesmo estando distantes, procuraram ouvir as palavras daquele prisioneiro
de Cristo.
2.3 “E
muitos dos irmãos... ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor” (Fp 1.14). Vemos
nesse texto um verdadeiro paradoxo, ou seja, um fato contrário ao comum. Em vez
de os irmãos se sentirem ameaçados ou amedrontados com a prisão de Paulo, e
deixarem de pregar a Cristo, eles se sentiram ainda mais motivados para
anunciar o evangelho. Sem dúvida, foi a ação do Espírito Santo na vida dos
cristãos que lhes deu condições de levar as boas novas de salvação sem temer as
perseguições. Há inúmeros exemplos na Bíblia de servos de Deus que pregaram com
ousadia, mesmo em meio às ameaças, tais como: Pedro e João (At 4.21-24); os
apóstolos (At 5.40-42); Estêvão (At 7.58-60); e Paulo (At 21.13; II Co
11.24-33).
III – MOTIVAÇÕES PARA PREGAR O EVANGELHO
Em (Fp 1.15-17) o apóstolo Paulo menciona dois tipos de
motivações para pregar o evangelho e externa também o seu regozijo pelo fato de
Cristo estar sendo anunciado. Vejamos:
3.1 Motivações incorretas. Paulo faz menção a um grupo de cristãos que pregavam o
evangelho por “inveja e porfia” (Fp 1.15) e outros por “contenção”
(Fp 1.17); ou seja, àqueles que
pregavam, não por amor a Cristo, e nem por amor as almas; mas, por ciúme,
contenda e rivalidade. Sem dúvida, não era esta a atitude que Cristo, e o
próprio apóstolo, esperava dos servos de Deus, principalmente, para os
anunciadores das boas novas (Rm 13.13; I Co 3.3; Gl 5.20,21; II Co 12.20; Ef
5.18; Fp 2.3,14).
3.2 Motivações corretas. Paulo menciona também àqueles que pregavam “de boa mente” (Fp 1.15), ou seja, de boa vontade; e outros “por amor” (Fp
1.16); que são as principais motivações para pregar o evangelho. A Bíblia
descreve a evangelização como (1)
um mandamento (Mt 28.19,20; Mc
16.15-18; I Pe 2.9); (2) uma obrigação (Rm 1.14; I Co 9.16); (3) um dever
de todo crente (Mt 10.8; 14.16); mas, também, como (4) um
privilégio, pois somos cooperadores de Cristo, e seus embaixadores (Mc 16.20; I
Co 3.9; II Co 5.19,20).
3.3 O regozijo de Paulo. Depois de descrever as motivações pelas quais Cristo estava
sendo pregado, o apóstolo diz: “Mas,
que importa? Contanto que Cristo seja anunciado... nisto me regozijo e me
regozijarei ainda” (Fp 1.18). Com isto,
Paulo não estava concordando com as falsas motivações, mas, afirmando que o
mais importante era que o evangelho pudesse ser pregado.
Vejamos, então, alguns motivos para pregar o evangelho: (1) porque a
humanidade está perdida (Rm 3.23; 6.23); (2)
por amor ao próximo (At 20.19-24; Fp
1.16); (3) porque somente Jesus pode salvar (Jo 14.6; At 4.12; I Tm
2.5); (4) por causa da nossa responsabilidade (Rm 10.13-15); e (5) por obediência
a Cristo (Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8).
IV - MOTIVAÇÕES DE PAULO PARA PREGAR O EVANGELHO
Em suas cartas, o apóstolo Paulo demonstra claramente o seu
profundo amor pelas almas e o desejo de ganhá-las para Cristo. Vejamos:
4.1 Paulo não se envergonhava do Evangelho de Cristo. Após a sua conversão, ele tornou-se um autêntico pregador do
evangelho. Seu maior desejo era levar as boas novas de salvação à toda
criatura. Por isso, jamais se envergonhou do evangelho (Rm 1.16); e, onde
chegava, procurava sempre uma ocasião para falar de Cristo, quer seja nas
sinagogas (At 13.5; 14.1); nas casas (At 20.20); no templo (At 5.42); e, de
cidade em cidade (At 14.6,7; 15.35). Nem mesmo a prisão era impedimento para ele
pregar (Fp 1.12,13; II Tm 2.9).
4.2 Paulo sentia-se um devedor. O desejo de pregar o Evangelho era tão grande na vida de
Paulo, que ele chegava a ter um sentimento de dívida para com os homens. Ele
diz: “Eu sou devedor, tanto a
gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes” (Rm 1.14). Este “sentimento de dívida”, não era restrito
apenas aos que estavam perto, mas também, para com aqueles que estavam mais
distantes. Por isso, colocou-se à disposição de Cristo para pregar o evangelho;
realizou três viagens missionárias (At 13.1-14.28; 15.36-18.22; 18.23-20.38);
e, ficou conhecido como o apóstolo dos gentios (Rm 11.13; I Tm 2.7).
4.3 Paulo sentia-se na obrigação de pregar o evangelho.
Para o apóstolo Paulo, pregar o
Evangelho, não era uma tarefa qualquer. Era uma obrigação! Por isso, ele diz: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que
me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o
evangelho!” (I Co 9.16). Pelo menos duas lições,
Paulo nos ensina neste texto: 1ª) Ninguém deve gloriar-se por pregar o
Evangelho, pois é nosso dever. É nossa responsabilidade! 2ª) Pregar o Evangelho
é uma obrigação: A Grande Comissão não é um pedido. É uma ordem! (Mt 28.18-20;
Mc 16.15).
4.4 Paulo estava disposto a sofrer por amor a Cristo e
ao evangelho. Quando Paulo se despediu dos
presbíteros de Éfeso, disse: “Mas
em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a
minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus” (At
20.24). Em outra ocasião, um profeta por nome Ágabo, tomou a sua
cinta, ligando os seus próprios pés e mãos, e profetizou que Paulo seria preso,
ele respondeu: “...eu estou pronto não só a
ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (At 21.11-13).
V – A ESPERANÇA DE PAULO EM MEIO ÀS ADVERSIDADES
Paulo enfrentou diversos tipos de aflições e adversidades,
tais como: insulto (At 13.45); apedrejamento (At 14.19,20); açoites e prisões
(At 16.22,23); naufrágio, fome, sede, frio e nudez (II Co 4.8-9; 11.16-33).
Mas, sempre demonstrou em suas epístolas o seu regozijo em meio ao sofrimento
(II Co 1.5; 4.8,9; 7.4; Fp 1.4,18; 2.2,17; 3.1; 4.1,4,10; Cl 1.24). Na epístola
aos Filipenses, ele externa também a sua esperança, como veremos a seguir:
5.1 “Segundo
a minha intensa expectação e esperança (...) Cristo será, tanto agora como
sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1.20). Paulo
tinha convicção que, quer vivesse, quer morresse, Cristo seria glorificado por
meio dele. Isto porque, caso ele vivesse por mais tempo, poderia continuar
pregando; mas, caso fosse condenado e morto, estaria com o Senhor (Fp 1.23), e
a mensagem do evangelho continuaria sendo pregada por outros cristãos.
5.2 “Porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21). O
verdadeiro crente, estando no centro da vontade de Deus, não precisa ter medo
da morte, porque sabe que a morte é o fim de sua missão terrestre e o início de
uma vida mais gloriosa com Cristo (I Co 15.53-57; II Co 4.17; II Co 5.1-5; I Ts
4.13-18). Por isso, ele diz: “Mas
de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo,
porque isto é ainda muito melhor” (Fp
1.23). Nas suas cartas, o apóstolo Paulo ainda faz menção a esperança da
ressurreição (I Ts 4.13); da salvação (I Ts 5.8); da volta de Cristo (Tt 2.13);
da vida eterna (Tt 1.2; 3.7) e das bênçãos celestiais (Cl 1.5).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, esperança é uma das virtudes cristãs na
qual o crente é motivado a crer no impossível. E, o apóstolo Paulo demonstra
sua esperança, mesmo em meio a adversidade. Sua prisão em Roma, por exemplo,
serviu de benefício para o evangelho, pois, muitos cristãos passaram a pregar
com mais ousadia, embora que outros pregassem por rivalidade e inveja. Mas, o
apóstolo Paulo descreve as corretas motivações para anunciar o evangelho;
mostra-se como exemplo para nós de um autêntico ganhador de almas; e, acima de
tudo, revela que ele tinha esperança que, estando vivo, continuaria pregando;
mas, caso viesse a morrer, o evangelho continuaria sendo anunciado por outros
irmãos.
REFERÊNCIAS
· Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
· CABRAL, Elienai. Filipenses,
a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. CPAD.
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD